Em entrevista para o Programa Hora Extra, Fernando de Paula Ferreira, advogado e conselheiro federal da OAB fala sobre a advocacia digitalizada e as revoluções tecnológicas no âmbito do Judiciário.

Comparando o Direito da atualidade com o do passado, Fernando de Paula afirma que nada mudou. O avanço das tecnologias e as ações disruptivas.

Inicialmente, Fernando de Paula compara o Direito da atualidade com o do passado para comentar sobre o avanço das tecnologias e as ações disruptivas e afirma que nada mudou. “Hoje se advoga como antigamente”, explicou, para ressaltar que a mudança que temos é no campo das ferramentas disponíveis que usam novas tecnologias, com mais rapidez e eficiência.

O advogado também defendeu que é necessário estabelecer um diálogo contínuo e perene com as novas tecnologias, com a chamada “advocacia 4.0”. De acordo com ele, é preciso que existam ações para acompanhar a modernização da advocacia.

Contudo, Fernando de Paula alerta que os estudiosos da área que “proclamam o apocalipse” precisam se conter sobre o pensamento de que a advocacia irá acabar graças as novas tecnologias.

Muitos pregam que a advocacia pode ser desnecessária. Mas asseguro que isso não vai ocorrer. Teremos mudanças, mas a advocacia continuará sendo um ato de interceder e de se usar conhecimento em defesa de terceiros”, enfatizou durante a sua fala.

Ainda, o advogado manifesta sua preocupação com o grande volume de informações que chegam aos profissionais do Direito, advogados, juízes e promotores, entre outros. Defende que é preciso separar o joio do trigo e fugir das chamadas fake News, também, de acordo com ele, presentes no âmbito do Judiciário.

Posteriormente, Fernando fala que com a chegada da Constituição de 1988, as ações foram propostas em larga escala com o acesso dos brasileiros ao sistema Judiciário. Todavia, ele aponta que o bom advogado não é aquele que estimula a propoção de uma ação, e sim aquele que soluciona os problemas buscando outros meios e mecanismos.

Somos treinados ao litígio. Adestrados a entrar com a espada e ingressar com a ação. E nem sempre a solução de um litígio e de um conflito está na propositura da ação. Temos que evitar que os conflitos cheguem à Justiça. Esse talvez seja um bom nicho da advocacia. Enfim, o bom advogado não é o que propõe ação, mas o que encontra solução para o conflito”, declara Fernando.

O que o advogado expõe, em outras palavras, refere-se a chamada “advocacia colaborativa” muito praticada em outros países e que começa a chegar ao Brasil. “No lugar do processo, temos que buscar equivalentes processuais” completa.

Por fim, Fernando previu que a advocacia do futuro já chegou. “Estamos vivendo esse processo. Talvez a pandemia tenha antecipado tudo isso. Hoje nós nos adaptamos a uma realidade, por exemplo, que é fazer audiência se valendo do celular. Isso já é possível. A própria Justiça já está digitalizada”, finalizou.

Fonte: Rota Jurídica