A tecnologia Inteligência Artificial pode ser utilizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) contra o desvio de dinheiro público. Atualmente o Tribunal recebe mais de 2 mil reclamações por ano sobre o assunto.

De acordo Aroldo Cedraz ministro, “análises semânticas de textos com base em algoritmos inteligentes e modernos poderiam alavancar avanços na área processual. Além disso, muitas decisões são repetitivas. São dezenas, centenas e até milhares de vezes que decidimos questões repetidas usando a boa, demorada e cara inteligência natural.” Em junho de 2022 foi feita ainda uma análise da situação recente da aplicação da ferramenta na administração pública federal (APF).

Neste mesmo período foi comprovado pelo TCU que “mais de um terço (38%) das organizações federais estão no nível zero de maturidade em IA, ou seja, não utilizam e sequer planejam utilizar essa tecnologia exponencial. Um outro terço da APF (33,5%) se encontra no nível 1. Isso significa que já estão tendo conversas internas sobre a inteligência artificial, mas de modo ainda especulativo.”

Ainda reforçou que “cerca de três em cada dez instituições da APF (28,5%) se localizam nos níveis 2, 3 ou 4 de maturidade em IA. Sendo a maior parte delas (17,1% do total), na fase de experimentação, com provas de conceito elaboradas ou já em fase piloto. Em torno de 8% das organizações federais estão na fase de estabilização, com os primeiros projetos de IA em produção. Apenas 3,4% do total já está no nível 4, expandindo para novos projetos de IA”.

O valor a ser cobrado pela aplicação chegará a R$ 6,2 milhões e a organização será realizada pelo consórcio composto de Neuralmind e Terranova Consultoria, que ajudará na inclusão da técnica de “tuning”. Além deste, 17 projetos entrarão em disputa pública.

Cedraz revela que “Apesar de o projeto carregar grau de incerteza maior, em função do estágio ainda incipiente da rota tecnológica proposta, a ideia que baseará a IA será vantajosa em caso de sucesso, pois é a aposta de grandes players do mercado, como Nvidia, Google, Microsoft e OpenAI.

Ele completa que “O TCU é destaque em inteligência artificial na Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai). Já temos alguns sistemas de robôs que foram desenvolvidos pelo próprio Tribunal. Para tanto, nossos parâmetros foram a ausência de preconceitos nos algoritmos, bem como a transparência em seu processamento.”

Fonte: Olhar Digital